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PEQUENAS HISTÓRIAS: Nara, a Suicida - 2ª HISTÓRIA
PEQUENAS HISTÓRIAS: Nara, a Suicida - 2ª HISTÓRIA

 

Nara, a Suicida

Nara, a Suicida

 

O dia era de intenso trabalho como de costume no Vale do Amanhecer.

A Clarividente Neiva fazia uma pausa aparente nas suas atividades. Conversava com suas filhas em torno dos problemas de costura da oficina do Vale. Enquanto falava de panos e cortes sua mente ativa resolvia outros problemas. A cada momento algum Mensageiro de outro Plano chegava e se entendia com ela. A gente só notava o fato pela maneira que ela movia as sobrancelhas ou interrompia o que estava falando.

Daí a poucos segundos ela se virava e invariavelmente perguntava: “O que eu estava mesmo dizendo?”.

Com o tempo a gente se acostuma com isso e reserva o assunto para outra oportunidade. Às vezes acontece dela se transportar por momentos e a gente tem a impressão que ela dormiu com os olhos abertos.

Outras ela faz gestos com as mãos ou fala alguma coisa em voz alta. Quando isso acontece a gente procura disfarçar e finge que não viu. Mas na maioria das vezes ela se desculpa e torna a perguntar sobre o que estava falando...

Outra coisa que também nós estamos acostumados é com o segredo. É muito rara a ocasião que ela diz alguma coisa do que está vendo ou falando. Talvez não seja tanto pela secretividade da coisa, mas sim por desinteresse. Neiva lida com a vida de milhares de pessoas e a gente acaba por se desinteressar pelos enredos complicados, mas comuns. Só o Amor Incondicional desperta e mantém um interesse permanente. E esse Amor só ela possui, só ela mantém com uma constância que chega a nos deixar acanhados de nós mesmos.

Ela levantou uma peça de pano para melhor exame e seus Olhos de Clarividente depararam com a figura de uma jovem mulher que se aproximou com desenvoltura. “Salve Deus!” disse Neiva, “de onde você vem?”.

“Sim, Tia Neiva. Eu estou aproveitando mais uma oportunidade que me foi proporcionada por Mãe Tildes (2) e cheguei até a senhora para me esclarecer mais. Talvez a melhor forma de fazer isso seja contar-lhe a minha história. Conheci Mãe Tildes em meio às minhas andanças aloucadas que fiz depois que desencarnei”. E foi contando sua história triste:

“Eu andava feito louca e cheia de dor. Na verdade minha dor era tão grande que Deus na sua bondade permitiu-me caminhar na solidão sem ser atingida pelos Bandidos do Espaço (3), apesar da minha revolta e descrença. A única coisa que me sustentava era o respeito que me devotavam devido ao Amor do meu marido. (4)”.

Neiva sorriu compadecida e pediu-lhe que contasse sua história desde o princípio. Enquanto isso, ela diligentemente discutia com sua filha Carmen Lúcia detalhes das capas dos Mestres que estavam sendo confeccionadas na oficina. E a moça começou:

Meu nome é Nara. Eu estava com 18 anos quando conheci Tomáz, um rapaz de 20 anos. Estávamos numa festinha em casa de uma família das vizinhanças de minha casa. A dona da casa chamava-se Alice e eu gostava muito dela. Não sei se foi o ambiente agradável, ou influência da noite chuvosa lá fora, contrastando com o conforto do interior da casa, mas o fato é que eu e Tomáz nos apaixonamos à primeira vista. Ficamos sentados olhando um para o outro e tocando de leve com as mãos. Enquanto isso todo mundo dançava e se divertia. Foi uma noite maravilhosa e a partir daí o nosso namoro não mais foi interrompido até o casamento. Nosso noivado durou dois anos e foram da mais perfeita felicidade.

Três meses depois de casados fiquei grávida e isso foi recebido por nós com muita alegria. A primeira preocupação de Tomáz foi dar a notícia para sua mãe que morava no Sul. Ele era o único filho e ela sonhava em ter um neto. Em poucas semanas ela e Tomáz fizeram todos os arranjos para ela vir morar conosco. Nos primeiros dias tudo foi novidade e alegria. Tomáz estava eufórico com a perspectiva do nosso filho e ao mesmo tempo sentia-se alegre com a presença da mãe.

Mas, essa situação agradável durou pouco. Eu não sabia naquele tempo, mas tanto a criança que estava no meu ventre como a minha sogra eram meus Cobradores Espirituais. No princípio eram pequenos ciúmes, palavras ásperas e pequenas birras. Eu logo revidei e as coisas pegaram fogo. Nossa vida virou de uma hora para outra da tranqüilidade para o inferno. Eu passei a atacar minha sogra com violência e, ninguém entendia mais nada.

No terceiro mês de minha gravidez eu abortei. Senti-me mal, fui levada para o Pronto Socorro e quando voltei me sentia um trapo. Deitei-me em nossa cama de casal e minha sogra desandou a falar caluniosamente. Com as feições alteradas pelo ódio e a voz gritante ela disse entre outras coisas:

“Foi você que provocou esse aborto! Você sua desavergonhada, você que tem sido a desgraça do meu filho!”.

Nesse preciso momento, Tomáz assomou na soleira da porta e eu num instante percebi a tragédia inevitável. Meio tonta com a zoeira que minha sogra fazia eu tentei levantar-me e implorei com os olhos o auxílio de Tomáz. Mas, qual não foi a minha surpresa! Suas feições se transtornaram e seus olhos pareciam sair fora das órbitas. “Ouvi o que minha mãe disse” gritou ele, “então você abortou, matou nosso filho! Jamais a perdoarei! E avançou possesso em direção à cama. Eu gritei assustada e vi quando ele apanhou um punhal ornamental que estava sobre a cômoda e avançou sobre mim!”.

Minha sogra assustada segurou-lhe o braço e eu sentei-me na cama enfrentando seu olhar de fera. Não, não é possível pensei. Uma pessoa não se transforma assim de repente. Não podia acreditar que o homem a quem dedicava toda minha existência pudesse agir daquela maneira. Dei um grito de dor e desespero e procurei enfrenta-lo. Ele refreou um pouco o seu gesto e a cena acabou tão depressa como começara. Foi como se um furacão tivesse passado naquele quarto e na minha vida. Algo fora destruído. A partir daí entramos naquela terrível situação de solidão a dois.

Esperei durante dois anos que aparecesse outro filho, mas isso não aconteceu. Quando Tomáz estava ausente eu sentia saudades dele, quando ele chegava eu sentia-me distante dele. A minha solidão começou a se tornar insuportável (5). Tomáz então começou a beber e quando voltava para casa parecia uma fera. Eu tinha certeza que ele procurava outras mulheres e meu ciúme se tornou como um espinho no meu coração.

Certa noite Tomáz não voltou para casa e o desespero tomou conta de mim. Imaginava as coisas que ele estaria fazendo e, minha angústia aumentava a cada hora que se passava. De repente não resisti mais e procurando na cozinha encontrei uma lata de veneno para ratos e ingeri!

Foi horrível! Comecei a me contorcer com dores terríveis, com a garganta queimando como se fosse de fogo. A impressão que tinha era que meu corpo fosse sair pela boca. E assim fiquei me retorcendo em agonia, gemendo e chorando por um longo tempo. Estava só em casa e ninguém me ouvia, ninguém me socorria. Ao mesmo tempo eu sentia que entrava em uma espécie de transe para adormecer.

Comecei a despertar lentamente e me sentia envolvida numa espécie de massa tênue e lilás. Ouvia gritos e gemidos e não sabia se eram meus ou de outras pessoas. Continuava sentindo dores, porém elas eram um pouco destacadas de mim, como se eu estivesse longe de meu corpo. A primeira sensação que tive foi de vergonha do que havia feito.

Perdi a noção de tempo e não sei quanto tempo permaneci nesse estado. Só sei que as razões de meu gesto começaram a se apresentar e por mais que tentasse justificar sentia que a culpa era só minha. Lembrava-me de minha sogra e de Tomáz. Comecei a sentir que eu é que havia provocado aquela situação com a pobre mulher. Se eu tivesse tido mais paciência, talvez não tivesse perdido meu filho. Tinha sido egoísta o tempo todo e só agora me dava conta disso!

Às vezes ficava em dúvida e me perguntava se o ciúme tinha sido meu ou dela. Isso me perturbava mais ainda e minha agonia era muito grande. Já percebia que havia morrido, mas assim mesmo pensava em voltar. Mas a lembrança da dor que passara tirava-me esse pensamento da cabeça. Não, não teria coragem de voltar para aquela terrível experiência.

Subitamente fui despertada por uma voz que ressoava no ambiente que dizia: “Espíritos suicidas, preparem-se para voltar à Terra!”.

Fiquei mais animada e esperançosa. Sim, voltar para a Terra, encontrar Tomáz, pedir-lhe perdão por tudo que fizera, pedir perdão à minha sogra, começar tudo de novo! – Meus pensamentos ainda estavam muito embaraçados e eu me esquecia que era um simples Espírito sem corpo, desencarnado!

A voz do Guia Universal continuou o sermão, e a névoa lilás começou a clarear a ponto de poder enxergar em torno. Vi então que estava num bem cuidado gramado pontilhado de margaridas e lírios brancos.

Comecei a me movimentar e meu pensamento era um só: ir para perto de Tomáz, pedir-lhe perdão dos meus atos. Por fim cheguei a uma grande plataforma que dava idéia de uma rodoviária ou de um aeroporto. O local estava cheio de gente e de vozes. Acima do rumor das pessoas ouvia-se a voz do Guia Universal, como se saísse de grandes alto-falantes. Nisso veio ao meu encontro um Índio bonito, com alvas penas de adorno e, não sei como sabia que ele se chamava Pena Branca (6).

Ele foi me conduzindo pela mão e me vi diante de duas bocas de túneis uma próxima da outra. Eu vacilava em qual das duas entrar. Pena Branca havia sumido e eu sabia que tinha que tomar uma decisão. Tudo continuava envolto naquela névoa lilás e minha indecisão aumentava a cada momento. Às vezes ficava lúcida e no momento seguinte não sabia o que estava fazendo. Se num momento eu estava vendo e ouvindo, no momento seguinte eu nada via, como num pesadelo. De repente senti uma mão que segurava na minha e dei um grito! Tomáz, o meu querido Tomáz! Mas eu não o via, apenas o ouvia.

“Estou aqui meu amor, venha, venha comigo; não me deixe, não me solte! O que está acontecendo?”.

Uma luz se fez na minha mente: Ele me ama!

Mas de repente tudo escureceu. Meu Deus, que fizera eu. – Tudo continuou a escurecer e senti minha mão se soltando da mão de Tomáz. Quis segurar mais forte, mas não conseguia. O outro túnel começou a me atrair e fui levada para ele. Ouvia vozes de todo o tipo e até mesmo idiomas de outras línguas que eu parecia entender. Meu desespero por ter largado Tomáz e o conhecimento da verdade, do que eu fizera, cortavam-me o coração. Por que Tomáz me largou se ele ainda me amava?

Despertei na Terra, respirei e senti que estava consciente.

Minha dor era muito grande, mas meu arrependimento de tudo que havia feito era maior. Tinha consciência de haver perdido minha Alma Gêmea, naquela escuridão na boca dos túneis (7) e, lamentava-me da sorte triste.

Não pude permanecer muito tempo naquela cogitação, porque os Bandidos do Espaço logo começaram a me perseguir. Corri de um lado para outro procurando proteção. Cheguei até a casa de minha sogra, porém a vi maldizendo tanto a mim, que me deu medo e tive que me afastar. Ela me atribuía toda a desgraça que havia acontecido!

Perambulei pelo Rio de Janeiro indecisa. Apenas uma idéia me surgia na cabeça de vez em quando: Brasília. Não sei se era influência do meu Mentor ou se era uma lembrança do tempo de Tomáz que falava muito em Brasília. Estava ainda nessa indecisão, quando vi uma jovem que havia conhecido e que morava em Brasília. Lembrei-me direitinho do seu nome: Jeny!

Afeiçoei-me a ela e passei a acompanha-la onde quer que fosse. Não sei se passou um dia ou mais, mas subitamente eu me vi numa bonita casa na beira de uma grande lagoa de águas limpas. Nessa casa havia algumas pessoas que falavam muito em Espiritismo. Continuei acompanhando Jeny e ela acabou por ir a um grande Templo.

Meio receosa eu a segui e ela se dirigiu para o fundo do Templo, parando diante de uma linda estátua de um Índio. Ele tinha um penacho dourado e tão grande que tomava metade do tamanho da parede de fundo!

Estava assim pertinho de Jeny e trêmula de medo, quando senti que alguém me passava a mão na cabeça. No mesmo instante senti alívio de uma dor que sempre tivera desde o meu suicídio. Com o alívio da dor, passei a ter mais coerência na minha percepção. Comecei a prestar atenção aos movimentos no Templo. Foi quando ouvi uma voz dizendo: “Mário, a Tia Neiva está chegando” e a pessoa chamada Mário respondeu: “Edgard, pergunte a ela se vai haver Indução”. Vi então quando a Tia chegou perto de Mário e me viu. A senhora então estendeu a mão e me disse: “Venha filha”.

Depois a senhora chamou Edgard e lhe disse: “Edgard, chama a Rosa e o Josias para fazer uma passagem”. Fui então levada para perto deles e recebi a Doutrina. Comecei a me sentir mais leve e percebi quando Pai João de Aruanda, o Preto Velho de Rosa, me encaminhou a uma Cassandra (8) que me levou para o Canal Vermelho.

“Agora Tia Neiva, eu voltei para saber notícias de Tomáz. Tenho que pedir perdão a ele, pois minha consciência não me dá sossego, principalmente depois que soube que ele também havia morrido naquela noite”.

“Nara, minha filha”, respondeu Neiva. “Um dia você terá que voltar, mas não é tão fácil o reencontro com a Alma Gêmea. Você cometeu muitos desatinos e terá que se reajustar por isso. Muitas vezes nós pensamos que estamos sendo feridos e somos nós que estamos ferindo com nosso amor próprio. Isso se dá devido à nossa incompreensão, nosso egoísmo, que é a pior arma que voltamos contra nós mesmos. Temos a obrigação de analisar as coisas, pois em tudo existe uma razão, um propósito. Não devemos nos queixar tanto do nosso próximo, do nosso vizinho. Com a falta de tolerância nós fazemos os nossos inimigos”.

Nara ouviu em silêncio e se aprontou para partir. “Salve Deus, Tia Neiva”, disse ela, “agradeça por mim ao Mestre Mario Kioshi, ao Mestre Edgard, Josias, Rosa e os outros que me ajudaram. Também quero agradecer ao Pai João que me levou para o Canal Vermelho”.

“Pois é minha filha, em breve eu saberei onde está Tomáz e a mãe dele e, vou mandar notícias a você no Canal Vermelho”.

“Não Tia Neiva, só preciso encontrar Tomáz. A mãe dele está viva e mora no Rio de Janeiro”.

“Não minha filha, sua sogra já morreu e está junta ao filho. Não se esqueça que você passou sete anos aqui na Terra... Olhe Nara, naquele dia em que você encontrou sua benfeitora Jeny, eles estavam perto ajudando a você”.

“Como? eles estavam lá? E como não os vi?”.

“Você não os viu porque eles estavam em outro Plano, embora estivessem bem junto a você! Vai minha filha, vai para o Canal Vermelho e de lá você será encaminhada para outros Planos. Neste mundo você nada tem mais a pagar. Você já pagou muito com seu amor e agora com seu arrependimento. Vai e que Deus a acompanhe”.

 

Com carinho,

A Mãe em Cristo.

 

Notas do Texto

(1)    O Canal Vermelho é uma cidade etérica nas proximidades de nossa dimensão. Para lá são encaminhados certos Espíritos que ainda tenham dívidas a serem removidas. Essa “cidade” tem todas as condições semelhantes as da Terra.

Ali se encontram casas, ruas, igrejas, religiões, etc... É uma ilusão deliberada na qual o Espírito tem a oportunidade de se encontrar em condições semelhantes (mas não iguais) as da Terra e discernir melhor a sua própria realidade

A principal vantagem do Canal Vermelho é a facilidade de relacionamento ectoplasmático com a Terra. Um Espírito passa por um trabalho e é entregue no Canal Vermelho; logo mais à noite, quando os Médiuns que o trataram estão dormindo, seus Espíritos se deslocam para o Canal, levam consigo o seu ectoplasma e lá continuam o trabalho com o Espírito que passou de dia. Só que as condições são bem mais favoráveis. Na Terra o Médium não vê o Espírito, mas no Canal ele está no mesmo Plano do Espírito e pode fazer sua Doutrina com muito mais eficiência.

 

(2)    Mãe Tildes é Missionária de nossa Cúpula Espiritual, faz parte do Comando da Falange de Seta Branca. Ela foi uma escrava no Brasil no tempo do Império e sua principal ação se passou quando houve a libertação dos escravos no Brasil. Ela montou um “Congá” no sul da Bahia e lá congregou toda uma série de Missionários desta Corrente em seus reajustes. Ela é o nosso “Espírito Familiar”, isto é, o Espírito que entende as nossas complicações sentimentais e nos aconselha nos momentos difíceis. Seu interesse por Nara resulta talvez da natureza de seu problema.

 

(3)    Bandidos do Espaço é o nome que se dá a certo tipo de Espíritos desencarnados e inclinados à ação negativa. Eles não se ligam a Falange alguma como fazem a maioria dos Espíritos. Perseguem os inseguros que vagam pelo Plano Etérico, os prendem, abusam deles e os vendem para certas Falanges que mantém o sistema de escravização. Assim na Terra como no Céu.

 

(4)    Feliz quem tem um amor sincero, alguém ligado ao seu coração e seu Espírito. Até mesmo os Espíritos negativos respeitam os Eflúvios de Amor que cercam uma pessoa, seja esse amor de uma Mãe, um Irmão ou um Marido.

 

(5)    Isso é uma coisa que acontece com freqüência em nosso mundo. As pessoas são vazias, faltam-lhe ideais, elas repousam apenas nas coisas que possuem (no caso de Nara, um marido). Se acontece de perderem se entregam ao desespero ou se tornam apáticas. São classificadas na Espiritualidade de “Espíritos estacionados” ou “Espíritos preguiçosos”.

 

(6)    Pena Branca era o Mentor de Nara.

 

(7)    Nara havia desencarnado pelo suicídio, antecipara sua morte. Tomáz havia tido uma morte normal. Isso fazia que embora próximo, cada um estivesse num Plano. Conhecer essa diferença de Planos é muito importante, se a gente quiser entender melhor o relacionamento entre Espíritos.

 

(8)    “Cassandras” são Naves Espaciais Etéricas que todos os dias, ao pôr do sol, conduzem os Espíritos que se libertaram da Terra...

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